Hallo aus Berlin (ou: A Importância de Uma Mala Boa)

Antes de contar o momento finalmente, quando vi minha irmã depois de mais de um ano preciso esclarecer algumas outras coisas:

  1. Já em Porto Alegre, quando tava com a mala pronta, poucas horas antes do voo noto que ela está quebrada e tento colar com fita isolante e sei lá mais o que. Pareceu consertar o suficiente – pelo menos cheguei com ela no aeroporto e tava funcionando. (aliás, quem comprou essa mala tinha sido minha mãe há alguns anos atrás quando ela foi pra Itália. A diferença: ela só levou roupas. Eu tava levando de TUDO).
  2. Meu pai e minha madrasta me assustaram horrores dizendo que iam me parar na imigração e que iam me fazer um milhão de perguntas e blá blá. Só que nada. Provavelmente porque passei na imigração em Lisboa e sendo área de Schengen não precisa verificar documentos de novo. E, em Lisboa foi a coisa mais tranquila do mundo.

Enfim, sai do avião esperando imigração e nada. Fui direto pegar a mala e enquanto esperava-a aparecer na esteira, já vi minha irmãzinha querida abanando pra mim do lado de fora (ainda bem porque internet do aeroporto não tava querendo funcionar). Juro que durou uma eternidade pra minha mala aparecer e quando apareceu… estava em pedaços. Digo, a parte de plástico. A alça de plástico mais comprida onde da pra puxar a mala, quebrado.

Botei num dos carrinhos e já expliquei pra minha irmã a situação. Mas ok, ainda dava pra puxar a mala de um jeito meio ruim, mas dava (tinha que puxar pelo trocinho mais baixo, mas melhor que nada). E ainda tinha minha outra malinha pequeninha, sem rodinhas. Enquanto compravamos ja passagem de 1 mês pra mim (não ia passar o mês inteiro, mas era o que valia mais a pena – sempre olhem todas opções de compra pra passagem e vejam o que vale mais a pena!) e o ônibus já estava lá, corremos, conseguimos pegar, maas o euro que eu poderia pegar de volta do carrinho que usei pras malas ficou. Paciência.

Depois do ônibus tinhamos que pegar um U-bahn (trem que geralmente vai UNTER – under – por baixo) e sempre que tinha escada e não elevador: o caos por causa da minha mala, que já tava difícil de levar. Geralmente uma de nós (eu ou minha irmã) descíamos até em baixo a mala pequena pra depois as duas levarem a gigante. A sorte é que encontrei dois meninos simpáticos que em duas escadas nos ajudaram. Até que, quando saio do primeiro U Bahn (porque, sim, pegaríamos outro) puxando a minha mala, noto que tem algo de errado e quando olh pra trás vejo um cara segurando as rodinhas da mala. NÃO. Se já tava difícil antes, imagina agora! Preocupada já pergunto pra minha irmã em que andar ela mora, porque, honestamente não aguentava mais. Ela diz segundo, quando fico feliz ela me fala que na Alemanha o segundo é nosso terceiro (porque o primeiro é tipo terreo e ai vem primeiro, segundo, terceiro…). Fico mais triste.

Tava um frio do cão, especialmente pra mim que vim do calorão do Brasil, mas nem deu pra sentir frio com todo “exercício” que tava fazendo por causa das malas.

Não preciso dizer o alívio que foi chegar no ap da minha irmã (e pior que pra chegar na rua dela ainda tem que subir dois lances de escada – sim! THE HORROR), comer algo (já tava com saudades de quando minha irmã cozinhava pra mim), tomar banho, conversar e capotar na cama, com dores musculares e exaustas por causa da minha mala.

Moral da história: não comprem mala barata no centrão. Paguem mais, mas comprem algo que vá durar, porque aposto que não só teríamos chegado mais rapido no ap da minha irmã, como também não estaríamos doloridas no dia seguinte. (Sem contar o fato de que será necessário comprar uma mala nova. Minha irmãzinha amada me deu a que ela veio porque ela não tem intenção de usar em muito tempo e eu, well, pra ir pra Hamburg em fevereiro já seria uma necessidade quase-imediata).

Essa mala foi uma pedra no meu caminho que não pude desviar, mas tive que carregar/empurrar porque precisava da pedra (ou pelo menos das coisas dentro dela).

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